Bruno Boni discute a transformação na música como investimento
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Transformação financeira na música: Bruno Boni discute investimentos alternativos e o legado do seu pai

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Bruno Boni fala sobre a transformação na música como meio de investimento alternativo (Foto: Arte Uai/Musica | Bruno Boni/TV Globo)
Bruno Boni fala sobre a transformação na música como meio de investimento alternativo (Foto: Arte Uai/Musica | Bruno Boni/TV Globo)

Bruno Boni, filho do maior gestor da TV Brasileira, José Bonifácio de Oliveira Sobrinho (Boni) falou com exclusividade para o UAI sobre a comercialização dos royalties da temas como o Fantástico, composta pelo seu pai nos anos 70

Em uma conversa exclusiva, Bruno Boni, filho do renomado ícone televisivo Boni, revela as nuances dos direitos autorais e dos investimentos em ativos musicais. A partir de sua recente iniciativa que apoia o Retiro dos Artistas, Bruno compartilha insights sobre como a herança familiar influenciou suas escolhas empresariais e filantrópicas.

Durante uma longa conversa que durou mais de uma hora, Bruno reflete sobre sua jornada única, onde a economia se encontra com a arte, e o impacto social se alinha ao legado familiar.

Minha trajetória até aqui foi bastante única, navegando entre mundos diferentes – da economia à fotografia, e agora mergulhando no universo dos direitos musicais,” explica Bruno Boni. Com um olhar pensativo, ele continua: “Quando olho para trás, para as realizações do meu pai no setor televisivo e agora para as minhas no financeiro, vejo uma linha que conecta todas essas experiências: a inovação e o desejo de fazer a diferença.

A sala se ilumina com o entardecer, refletindo a calma e a paixão no olhar de Bruno, enquanto ele se aprofunda em seus recentes empreendimentos que cruzam as fronteiras do convencional.

Investindo no Futuro da Música

Bruno Boni não é estranho ao conceito de investimentos alternativos. Sua abordagem é influenciada não apenas por sua formação em economia pela PUC-Rio, mas também pela herança criativa de sua família. “Vi uma oportunidade de trazer uma nova dimensão aos investimentos tradicionais. Os ativos musicais, particularmente os royalties, oferecem uma forma tangível e emocional de investimento, algo que transcende o habitual,” diz Bruno.

A discussão se aprofunda na dinâmica do mercado de direitos autorais. Bruno ilustra como a transformação digital mudou o jogo: “O advento das plataformas de streaming revolucionou a forma como consumimos música, e, consequentemente, como os royalties são gerados e distribuídos. Esta evolução abre portas para investidores que procuram diversificar seus portfólios de maneira significativa.

Legado e Filantropia: Uma Conexão com o Fantástico

(Bruno ao lado de Boni, no dia dos Pais | Foto: Reprodução Instagram)

(Bruno ao lado de Boni, no dia dos Pais | Foto: Reprodução Instagram)

Ao tocar no tema do legado de seu pai, Boni, e sua influência, Bruno sorri, mostrando uma mistura de respeito e admiração. “Meu pai sempre me ensinou o valor do trabalho duro e da contribuição social. Essas lições me levaram a conectar os pontos entre a música e a filantropia,” afirma Bruno Boni.

A conversa se volta para a icônica abertura do Fantástico, uma das muitas criações de Boni que Bruno decidiu colocar à venda em forma de royalties. “Esse movimento não é apenas uma transação financeira. É uma celebração da cultura brasileira, da história da televisão e, mais importante, uma forma de dar de volta à comunidade artística,” enfatiza Bruno.

O projeto especial que chama a atenção é o apoio ao Retiro dos Artistas, uma instituição que cuida de artistas idosos. “Vender os royalties das músicas do meu pai e direcionar os fundos para o Retiro dos Artistas não foi uma decisão difícil. Foi uma forma de honrar a visão de meu pai e ajudar aqueles que construíram o panorama cultural do nosso país,” explica Bruno Boni.

Bruno detalha como a venda desses royalties pode transformar a vida dos artistas aposentados: “O mundo da música e da arte, em geral, pode ser imprevisível. Muitos artistas, ao final de suas carreiras, encontram-se em situações vulneráveis. Ao investir nos direitos autorais das canções de meu pai, os investidores não apenas obtêm um retorno financeiro, mas também contribuem para uma causa nobre, ajudando esses artistas a viverem com dignidade.

Desmistificando os Investimentos em Royalties Musicais

(Boninho, Boni e Bruno | Foto: Divulgação)

(Boninho, Boni e Bruno | Foto: Divulgação)

Ao mergulhar mais fundo na mecânica dos investimentos em royalties musicais, Bruno Boni esclarece um conceito que ainda é novidade para muitos investidores. “Essa ideia de investir em músicas não é apenas sobre ter uma parte de uma canção famosa. É sobre entender os fluxos de receita, como os royalties são acumulados e distribuídos,” ele articula com clareza.

Bruno explica que o processo envolve uma análise cuidadosa e uma compreensão profunda do mercado musical. “Não se trata apenas de escolher músicas que pessoalmente gostamos. É necessário entender o histórico de execuções, as tendências atuais e futuras do mercado e como isso se traduz em potencial de retorno financeiro para os investidores,” ele diz.

Ao se aprofundar sobre como os investidores podem começar nesse ramo, Bruno detalha: “Os investidores interessados podem comprar uma participação nos royalties de uma música específica ou de um portfólio de músicas. Com isso, eles recebem uma parte dos lucros sempre que a música é tocada publicamente – seja em rádios, televisão, festas, ou até em plataformas de streaming.

A Ponte entre Economia e Cultura

Uma pergunta inevitável surge: Como um economista apaixonado pela arte conseguiu construir essa ponte entre dois mundos tão distintos? “Sempre me vi no meio desses dois universos. A economia me dá as ferramentas para entender o mercado, enquanto minha paixão pela arte me dá o propósito. A união dos dois me permite criar algo que é financeiramente viável e culturalmente significativo,Bruno Boni reflete.

Ele continua: “A música é uma forma de arte que transcende barreiras culturais e linguísticas. Ao abrir o mercado de royalties musicais para investidores, estou facilitando um diálogo entre a economia e a cultura, permitindo que ambos prosperem simultaneamente.

Futuro e Visão de Bruno Boni

(Bruno Boni | Foto: Arquivo Pessoal)

(Bruno Boni | Foto: Arquivo Pessoal)

Olhando para o futuro, Bruno Boni compartilha sua visão para a evolução do mercado de royalties musicais e seu impacto na indústria. “Vejo um futuro onde os artistas têm mais controle sobre suas obras e onde os investidores podem participar ativamente da indústria da música, trazendo mais diversidade e estabilidade financeira para o setor,” ele prevê.

Bruno também expressa sua esperança de que mais iniciativas como a doação para o Retiro dos Artistas surjam, unindo lucratividade com propósito social. “Minha meta é continuar explorando como podemos usar o mercado financeiro para apoiar e enriquecer a comunidade artística. Estamos apenas começando a descobrir o potencial dessa interseção,” conclui Bruno Boni.

Enquanto o sol se põe sobre a cidade, a entrevista com Bruno nos deixa não apenas com uma compreensão mais profunda dos investimentos alternativos e dos direitos autorais, mas também com uma visão inspiradora de como o legado, a inovação e a responsabilidade social podem caminhar juntos, criando um futuro onde arte e economia se harmonizam em benefício mútuo.

Bruno Boni nos deixa com um lembrete poderoso: “No mundo dos negócios, assim como na vida, é possível encontrar um equilíbrio entre alcançar o sucesso e fazer a diferença. É essa a mensagem que quero transmitir através do meu trabalho.

Pioneirismo

As primeiras operações com royalties musicais da Hurst Capital tiveram início em 2020 e o interesse nesse tipo de investimento tem crescido desde então. Hoje, a MUV conta com uma carteira de R$ 170 milhões em catálogo de música, cujo retorno médio é de IPCA + 19% a.a. Deste total, R$ 30 milhões são de carteira própria e outros R$ 140 milhões foram alocados em seu fundo de investimentos. Ao todo, a empresa já adquiriu 216 catálogos de artistas brasileiros que correspondem a um total de 53.534 obras e 34.889 fonogramas.

O catálogo sob gestão da MUV é representado pelos principais gêneros musicais do Brasil como MPB, rock, funk, sertanejo, forró, gospel, pop, pagode, reggae, axé, rap e trilhas sonoras de programas de TV, filmes e jornais. Além de Boni, também se destacam artistas como Paulo Ricardo, Toquinho, Amado Batista, o pianista e compositor João Luiz de Avellar, que conta com diversos sucessos gravados por nomes famosos da MPB, entre outros de grande importância no cenário musical nacional.

Royalties musicais é um investimento promissor por conta do crescimento ininterrupto do setor no Brasil e no mundo. De acordo com dados do Ecad, entidade responsável pela fiscalização, arrecadação e distribuição de direitos autorais aos artistas, a arrecadação com música em 2022 (os dados de 2023 ainda não estão fechados) ficou em R$ 1,39 bilhão e a distribuição em R$ 1,23 bilhão, beneficiando 316 mil artistas, entre compositores, cantores e outros profissionais envolvidos. Bom crescimento em comparação com 2021 quando foram arrecadas R$ 1,08 bilhão, distribuídos R$ 901 milhões e beneficiados com direitos autorais 267 mil profissionais.

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