Polêmica em Santa Rita: MP pede cancelamento de show milionário de Gusttavo Lima

Ministério Público investiga e pede suspensão do show de Gusttavo Lima em Santa Rita devido ao alto custo de R$ 1,1 milhão e falta de transparência nos gastos

O Ministério Público do Tribunal de Contas do Estado da Paraíba (TCE-PB) solicitou a suspensão do show de Gusttavo Lima em Santa Rita, programado para as festividades de São João, devido ao cachê de R$ 1,1 milhão e à falta de transparência nos gastos públicos. Além de Gusttavo Lima, o portal PONTO FALEI, revelou que  o evento envolve um total de R$ 5,5 milhões, com cachês de outros artistas ainda não divulgados.

A Prefeitura de Santa Rita anunciou o pagamento de R$ 1,1 milhão para o show do cantor Gusttavo Lima durante as festividades de São João. Esse valor faz parte de um total de R$ 5,5 milhões destinados às atrações e à infraestrutura do evento. A notícia gerou grande repercussão e levou o Ministério Público do Tribunal de Contas do Estado da Paraíba (TCE-PB) a solicitar a suspensão dos shows devido a possíveis irregularidades nos gastos públicos.

Detalhes dos Cachês e Gastos

O contrato com Gusttavo Lima será realizado pela empresa Balada Eventos e Produções LTDA, com o show marcado para o dia 12 de junho. Além de Gusttavo Lima, outros artistas também têm cachês confirmados:

• Saia Rodada: R$ 300 mil
• Aline Barros: R$ 220 mil
• Mara Pavanelly: R$ 200 mil
• Avine Vinny: R$ 150 mil
• Fulô de Mandacaru: R$ 150 mil
• Vicente Nery: R$ 150 mil
• Bonde do Brasil: R$ 120 mil

Os cachês de 56 artistas, incluindo nomes como Desejo de Menina, Dorgival Dantas, Elba Ramalho, João Gomes, Maiara e Maraisa, Padre Fábio de Melo, Taty Girl, Waldonys e Wesley Safadão, ainda não foram divulgados pela Prefeitura de Santa Rita.

Em relação à infraestrutura, foi identificado que R$ 943.502,40 serão gastos no aluguel e instalação de aparelhos de ar-condicionado, enquanto a montagem, instalação, operação e desmontagem de painéis de LED terão um custo de R$ 1.705.666,67.

Pedido de Cancelamento pelo Ministério Público

O Ministério Público do TCE-PB solicitou a suspensão da contratação dos cachês milionários após uma auditoria identificar possíveis irregularidades. Segundo o parecer do procurador Manoel Antônio dos Santos Neto, assinado nesta quarta-feira (22), há uma falta de transparência nos gastos, evidenciada pela ausência de diversos contratos no Portal Nacional de Contratações Públicas (PNCP). Além disso, foi constatada a ausência de prévia dotação orçamentária específica para as contratações, havendo apenas uma autorização genérica de remanejamento de recursos.

Os peritos também identificaram que os custos das festividades juninas deste ano representam um aumento significativo em relação aos anos anteriores, como exemplificado pela contratação do artista Bell Marques, que custará R$ 500 mil para uma apresentação de aproximadamente 90 minutos.

Repercussão e Justificativas

O autor da denúncia, Nicola Lomonaco, presidente do AGIR de Santa Rita, celebrou a decisão do TCE-PB. “Os altos cachês causam um desequilíbrio financeiro no município, resultando em uma falta de investimentos essenciais em saúde e educação, que estão muito precárias na cidade. Eu acredito no Tribunal de Contas e que ele não permitirá que a administração municipal desmoralize um órgão de fiscalização tão respeitável,” afirmou.

Incertezas sobre o Evento

Com a medida cautelar em vigor, a realização dos shows e o destino dos recursos destinados ao evento permanecem incertos até que o Tribunal de Contas finalize sua análise. A população de Santa Rita aguarda ansiosamente pelo desfecho dessa novela, que envolve grandes artistas e cifras milionárias, em meio a um debate sobre a gestão responsável dos recursos públicos.