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Gusttavo Lima perde 40% dos shows em 2023 após escândalos envolvendo Bolsonaro
O cantor sertanejo Gusttavo Lima foi o mais impactado em sua agenda de shows em 2023, com uma queda significativa em apresentações se comparado aos anos anteriores
Conhecido por ter o maior cachê do sertanejo no Brasil, o cantor sertanejo Gusttavo Lima viu sua agenda de shows em 2023 reduzir drasticamente, comparada aos números de 2017, antes de se tornar um fenômeno da música sertaneja e receber o título de “Embaixador”.
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O marido de Andressa Suita foi bastante beneficiado durante os quatro anos do mandato do presidente Jair Bolsonaro, sendo contratado por centenas de prefeituras com cachês altíssimos, que foram frequentemente questionados pelo Tribunal de Contas de vários estados.
Considerado o principal apoiador eleitoral da família Bolsonaro, Gusttavo Lima defendeu a liberação de armas e chegou a ser garoto-propaganda da Mega da Virada, recebendo um cachê dez vezes maior que o do ator Luigi Barrichelli, que representou comercialmente a premiação por dez anos.
No entanto, com a mudança de governo e os escândalos envolvendo cachês superfaturados prejudicando sua reputação, o cantor sertanejo viu sua agenda de shows cair mais de 40%, equiparando-se à sua agenda de 2017.
Embora Gusttavo Lima afirme que planejava reduzir suas apresentações para dedicar mais tempo à família, fontes ligadas ao mercado da música sertaneja afirmam que as investigações sobre os cachês pagos a ele, Wesley Safadão e Zé Neto e Cristiano, fizeram com que as prefeituras optassem por shows mais acessíveis e reduzissem o line-up, a fim de evitar escândalos relacionados ao uso de dinheiro público nas eleições municipais do próximo ano.
Empresários fazem questão de esquecer 2023
O ano de 2023 provou ser desafiador para o mundo da música sertaneja, com uma queda significativa nas vendas de shows e enormes prejuízos financeiros. Empresários e artistas do gênero estão ansiosos para deixar este ano para trás e já estão planejando apresentações mais enxutas para o ano seguinte.
Segundo informações exclusivas obtidas pelo site Movimento Country, este ano marcou o pior desempenho em termos de receita para os artistas sertanejos desde 2018. A situação foi agravada por investigações em contratos milionários pelos Tribunais de Contas em todo o país e uma maior vigilância das prefeituras sobre os altos cachês pagos a artistas como Gusttavo Lima e Wesley Safadão, que foram especialmente impactados pela crise no setor de shows.
Enfrentando custos de produção elevados devido à infraestrutura grandiosa e à quantidade significativa de equipamentos de som, muitos escritórios e artistas tiveram que operar com prejuízo, mesmo com uma agenda drasticamente reduzida. Eles se viram obrigados a cumprir compromissos assumidos há mais de dois anos para evitar multas.
Grandes festivais, como “Amigos” e “Cabaré”, também sentiram o impacto da crise. Leonardo anunciou o término de seu projeto este ano, enquanto o festival “Amigos” planeja sua última apresentação em São Paulo em dezembro.
Gusttavo Lima enfrentou dificuldades para manter seu grandioso show “Buteco”, que foi encerrado para dar lugar a uma turnê mais acessível e íntima, “Paraíso Particular”. Comparativamente, a agenda do artista conhecido como “Embaixador” reduziu-se em mais de 40% em relação aos anos anteriores.
Hedmilton Rodrigues, do Movimento Country, conversou com uma fonte anônima do show business, que comentou sobre a severidade da crise: “Manter os shows no formato atual está muito caro. Com o aumento dos custos e a estagnação da receita, as contas simplesmente não fecham. Muitos empresários estão se retirando do mercado, e os artistas estão cada vez mais dependentes das gravadoras”.
Além disso, a música sertaneja vem perdendo terreno para o Funk e o Trap nacionais. Apesar de ainda ser popular nas rádios, que tendem a ser mais conservadoras e operam sob o sistema de jabá, no ambiente digital, o sertanejo já não ocupa a posição de liderança há algum tempo.
Ana Castela, a atual estrela do agronejo, que combina sertanejo com funk, foi uma das poucas que conseguiu alcançar o topo nas plataformas de streaming como Spotify, Deezer e YouTube, ao lado de Simone Mendes. Artistas como Luísa Sonza, Ludmilla e Anitta, representando o funk e o trap, dominam as demais posições de destaque.